domingo, 28 de novembro de 2010

COMUNICAÇÃO DOS CÃES


Os sentidos na comunicação canina

Especialista em comportamento animal explica o papel da visão, audição, olfato, tato e paladar na vida social dos cães



Uma vez que os cães são animais sociais que vivem em grupos com hierarquia bem definida, a existência da comunicação efetiva entre os indivíduos é fundamental para que as relações entre eles sejam formadas e mantidas a longo prazo.

Assim como os humanos, os cachorros utilizam todos os sentidos para se comunicar: visão, audição, paladar, olfato e tato. O conhecimento básico do significado de cada sinal transmitido pelos animais é a chave para a compreensão dos principais problemas comportamentais, bem como para o desenvolvimento de uma relação equilibrada com os cães.

A visão, por exemplo, está presente apenas nos cães a partir da 1ª ou 2ª semana de vida, com a abertura dos olhos nessa fase. Trata-se de um importante sentido para eles, uma vez que por serem animais predadores, ele também permite transmitir informações sobre a posição social e o estado emocional dos pets.

A postura corporal, expressão facial e posição da cauda são os meios utilizados para a comunicação visual. Em uma matilha, os animais-alfa sempre apresentam uma postura mais elevada, com cabeça, orelhas e cauda para cima – o que podemos interpretar como uma postura de alguém confiante. Os demais membros, tendo uma posição mais submissa no grupo, apresentam a cabeça, orelhas e cauda para baixo. Muitos, inclusive, interpretam isso, equivocadamente, como cães medrosos, embora em determinados casos possa mesmo indicar.

Em uma situação de confronto, antes da agressão, o cão mais confiante utiliza a postura corporal para parecer maior. Conforme os animais vão se aproximando, começam a mostrar os dentes, até que seja necessário utilizar o contato físico ou que um deles demonstre uma postura submissa, evitando olhares ou, quando necessário, rolando e expondo sua barriga como sinal submissão – podendo ou não estar acompanhado do ato de urinar.

Audição e tato

Assim como a visão, a audição também está ausente no cachorro recém-nascido. Os filhotes têm os canais auriculares abertos a partir da 1ª ou 2ª semana de vida. Diversos sons podem ser emitidos a fim de comunicar algo – e cada som pode significar muitas coisas diferentes.

O latido pode ser usado para defesa, cumprimentar outros cães, avisar sobre perigo ou chamar para brincar. O uivo pode ser usado para anunciar a presença do indivíduo ou para chamar a atenção de outros animais, enquanto o ganido também pode ser usado para cumprimentar ou para se defender e para anunciar dor. Finalmente, o grunhido pode significar cumprimento ou sinal de satisfação.

O olfato é um dos principais sentidos para os cães – algumas pessoas falam que os animais “sentem o cheiro do medo”. Além do paladar e do tato, os cachorros já nascem com olfato desenvolvido. Na comunicação canina, os odores estão em todo o lugar – fezes, urina, odor corpóreo – e indicam diversos aspectos da comunicação social e identidade dos animais – sexo, receptividade sexual e demais características. Uma importante vantagem da comunicação olfativa é que a mensagem permanece no local por um longo período, ao contrário da comunicação pelos demais sentidos.

Por fim, o tato também é de extrema importância na comunicação canina. Por vezes, a demonstração de postura submissa e sons não-agressivos não são suficientes ou não são adequadamente interpretados pelo outro animal, fazendo com que o contato físico ocorra. Normalmente, esse contato é feito por mordidas e toques com as patas – de intensidades variadas. O contato físico pode ocorrer para expulsar invasores ou para sinalizar a hierarquia dentro da matilha.

Fonte: Petmag

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