domingo, 29 de maio de 2011

Dilema do onivorismo: Mark Zuckerberg, você está fazendo (e entendendo) isso errado


por Robson Fernando de Souza
Foi noticiado recentemente que Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, começou o bizarro hábito de matar os animais que come:
Zuckerberg come apenas carne de animais abatidos por ele
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, decidiu comer apenas a carne dos animais que ele mesmo tenha matado, uma determinação que faz parte de um desafio pessoal que se propôs a cumprir neste ano, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pela revista Fortune.
“Neste ano, me tornei praticamente vegetariano , já que só como os animais que eu mesmo mato. Até agora tem sido uma boa experiência. Como alimentos muito mais saudáveis e aprendi muito sobre agricultura e criação de animais”, afirmou Zuckerberg em carta enviada à Fortune e divulgada pela revista em seu site.
(Notícia completa no link acima)
Mark Zuckerberg entendeu tudo errado sobre qual é o problema que existe em comer carne. O problema verdadeiro não é simplesmente os onívoros não terem consciência de onde vem a carne que comem, mas sim a implicação ética que isso tem. Ou seja, a alienação dos onívoros à exploração e matança intrínsecas à pecuária.
Se o onívoro está cometendo um ato eticamente questionável, não é estritamente porque ele paga para matar os animais nos matadouros. Mas sim porque ele é distante do sofrimento existente, da escravidão das fazendas e granjas, do nascer para servir. Mas o fundador do Facebook entendeu a coisa por um caminho totalmente equivocado e achou que o problema era o onívoro ter coragem para ele próprio ser o assassino dos animais que come.
Daí esse espetáculo bizarro que estamos vendo acima. Um bilionário, milênios depois de o Paleolítico ter acabado na Europa, achar que está dando um exemplo ao mundo por literalmente matar para comer. E ainda pensar que está sendo “benévolo” ao degolar suas vítimas.
Apesar do esforço dele, isso não vai pegar como uma moda, porque é inviável muitas pessoas explorarem animais para consumo regular em apartamentos de classe média. Ele continuará sendo uma exceção que entendeu o dilema do onivorismo de forma totalmente tronxa.
E pior: ele está pondo em risco sua sensibilidade a atos de derramamento de sangue, sua empatia ao sofrimento alheio – se é que ele tem essa empatia. Posso estar incorrendo em falácia de declive escorregadio, mas é capaz de ele, num futuro próximo, perder a sensibilidade para qualquer ato de crueldade contra animais não humanos, ou mesmo contra seres humanos, ao ler notícias com esse tema na internet ou ver na TV (se é que bilionários ainda assistem televisão). Porque investir-se no ato de matar banalmente é um potencial primeiro passo para a perda de qualquer sensibilidade à violência.
Portanto, literalmente, não faça isso em casa. Se você quer se livrar do dilema de pagar para outros matarem os animais que você come, faça-o pelo caminho mais simples: torne-se vegetariano – e busque o veganismo em seguida. Assim nenhum animal mais morrerá por causa de você a dezenas ou centenas de quilômetros de sua casa.
Fonte: http://vista-se.com.br/redesocial/

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